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Cidades / Cuiabá

Curiosidades de Nossa Terra

04/04/2008

Mágicas Histórias Que Cuiabá Não Conta

Paulo Zaviaski - Blog do Zaviaski



Em 1970 a televisão em Mato Grosso engatinhava bonito. Um ano de conquistas que dava gosto. Era tudo em preto & branco. Mas, um preto & branco bonito de doer. Muito melhor que o colorido de hoje.

Cuiabá já tinha também o seu jornal local, após décadas sem uma bandeira de lutas regionais. O “Diário de Cuiabá” que teve de tudo em seu início. De pioneirismo ao batismo de fogo de um colega mártir.

Meu colega Alves de Oliveira de tantas idas e vindas. Aqueles apuros sensacionais pelas peraltices na Rádio A Voz d’Oeste cujos meandros o proprietário tão saudoso, Roberto Jacques Brunini, jamais soube. E o Alves sempre tentava jogar a culpa em cima do Adelino Praeiro.

Só que este matreiro guri Adelino sabia agir no campo de batalha dos bons dribles daquela juventude de antanho. Alves fazia uma tremenda travessura e tentava sempre jogar a culpa no Adelino. Noutro dia, a bomba estourava e eu ficava sabendo que "o autor" era o saudoso anãozinho “Peró”. Não sei como era esse malabarismo que o Adelino fazia que sempre o “Peró” levava a culpa. Nem o Alves entendia.

Mas, havia o vice-versa. Todo mundo pensando que o Adelino Praeiro era um santo milagreiro, um poço de santidade, só por causa do peso da honorabilidade de seu saudoso pai e grande amigo meu de muitas e muitas horas de colheitas de sabedoria, o Aristotelino Alves Praeiro.

Nada disso. O Adelino sempre foi ginasta olímpico das maiores peraltices e apenas não conseguiu derrubar o Fidel Castro de Cuba porque o ditador declarou certa vez que adorava Libertad Lamarque, nosso maior ídolo dos teatros de revista do Brasil. A mais “Certinha do Lalau” da época do “Carnaval no fogo”, da Atlântida Filmes.

Somente quando surgiram as “Mulatas do Sargentelli” é que Libertad Lamarque deixou de balançar seus 125 cm de quadris, com aquela velocidade... Peçam confirmação disso tudo agora ao Adelino que ele... Desmente tudo isso. Sempre diz que a sua vocação era ser Padre.

Lá no jornal dele, o “Diário de Cuiabá”, Adelino desestimula todo mundo de falar sobre ele. Bem ou mal. Aqui, ele não manda. Portanto, nada demais afirmar que ele é inteligente, competente, honesto exagerado, mas... Não é santo. Tanto é que o Papa João Paulo não aceitou seu currículo de aposentadoria como santo.

Fazia das suas e também tentava jogar a culpa no Alves. Tenho essas histórias comigo, pois vivenciei tudo ao lado desses heróis de verdade. E sempre, noutro dia, lá estava o “Peró”, o anãozinho que fazia apenas tudo, de limpeza à vigilância, chorando de raiva tentando descobrir porque levara mais um pito do Brunini por algo que ele mesmo nunca soube...

No meio disso tudo havia um outro personagem. Eugênio de Carvalho. Fez concurso comigo para locutor da RVO em 1954. Fomos aprovados. Alves de Oliveira retornou à emissora e Adelino Praeiro retornou do quartel onde acabara de prestar seu compromisso com a Pátria. Desde então o Rádio cuiabano nunca mais foi o mesmo.

Vou pular as páginas idolatradas do saudoso Alves de Oliveira e do atualíssimo Adelino Praeiro pois eles não são candidatos a prefeito e nem a vereadores daqui. Nem eu. E Eugênio chegou a lançar seu nome na praça e na primeira investida de catorze futuros eleitores seus, o banco enviou aviso de “pendência no SERASA” e ele me avisou para não citar mais seu nome como candidato pois desistiu por falta de fundos.

Falo do Eugênio de Carvalho. Meu amigo pré-histórico. Foi ele quem inventou os dinossauros. Competente em tudo o que faz, sempre se aventurou em subir degraus na conquista do bom e do melhor. Honesto e poeta. Sensibilidade à flor da pele que chega até a parecer tímido.

Vou pular os adjetivos pois, como amigo que o admira sou suspeito. Participante do quadro de pioneiros da TV em Cuiabá, Eugênio se especializou nos programas, nas notícias sobre o esporte. Seu time sempre foi o Clube Esportivo Dom Bosco. Quando jogava com o Mixto (com “X”) era um clássico denominado “clássico vovô”, por ser o mais antigo embate futebolístico da era moderna que nem sei quando começou.

Os locutores esportivos e comentaristas do futebol, Ivo de Almeida, Márcio de Arruda, Jota Márcio, Roberto França, Eduardo Saraiva entre dezenas de bons mesmo é que lançaram os mais brilhantes slogans de nosso futebol a fim de convocar o povo a ir aos estádios. Um deles é esse “embate futebolístico da era moderna”. Êêita, saudades.

Tanto é que a TV Rondon acaba de descobrir que centenas de telespectadores têm a santa mania de tirar a imagem da TV, durante o programa “Resumo do Dia”, apresentado pelo França, ficando apenas com o som, a fim de curtir as grandes saudades dele na época do Rádio esportivo cuiabano. Gente boa é outra coisa. Ninguém tira isso do Roberto França.

Enquanto Eugênio de Carvalho pulou direto para a TV. E junto dele o amor pelo seu Clube Dom Bosco de sempre.

Certa vez, no “Tele-Jornal Canal 4”, já agora, bem mais recente, em 1971, Eugênio entra no estúdio enquanto eu apresentava ao vivo as notícias. Aguardou o intervalo e, abotoando o paletó apertado que era do locutor Afrânio Borba, solicitou falar ao meu lado, uma nota esportiva, autorizada pela direção da emissora.

Li uma notícia “recente” sobre uma tal de segunda grande guerra mundial e passei a palavra ao Eugênio que, da segunda grande guerra mundial caiu direto na piscina do Clube Dom Bosco anunciando uma competição inédita de natação lá no “clube da colina”, em Cuiabá, e um jogo do D. Bosco contra um outro time da cidade.

Esse “outro time da cidade” era, nada mais nada menos, que o meu Mixto E.C., o alvinegro da Vargas, avenida onde ficava a sede do “Tigre da Vargas”, “o Vingador” único time cuiabano que nunca perdeu para time “de fora”, do Palmeiras ao Fluminense, os maiores times do Brasil. Enfim, o único Pentacampeão na história do futebol Mt.

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A origem do nome MORRO DA LUZ A verdade:

Bom, se chama Morro da LUZ, porque lá, antigamente, bem onde fica a escadaria, era o ponto de atendimento de uma prostituta chamada Luzia.

Atendeu ali por mais de 25 anos, criou filhos e netos com essa profissão, pois somente os mais ricos podiam pagar por ela, que era considerada a mais linda de todas.

Quando morreu, um desses grandes empresários, influente que era, sugeriu a um de seus filhos, vereador na época (acredita que o mesmo era filho de Luzia), que mudasse o nome do morro, que era Senhora Redentora, para o que é hoje, Morro da LUZ.

Claro que recebeu muita crítica por parte da igreja e da sociedade feminina, pois todos sabiam que "LUZ", era abreviação, do nome de nossa guerreira. Mesmo com toda a repercussão e a não oficialização, o morro está batizado.

Luzia viveu por 65 anos morreu esfaqueada por um de seus clientes que queria casar com ela.

Seus 9 filhos, cresceram estudando em escolas particulares, pagas pelos seus pais, cada um tinha um pai diferente, e geraram 56 netos e 470 bisnetos, a maioria seguiu carreira política.

Dizem as más línguas que, quase todos os políticos do MT são descendentes direto da puta.

Retirado do livro Memórias de alcova do Pracinha Campos.

De: Joaquim Pinheiro
Editora: Sonhos do Pantanal

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